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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

MINHA MENINA


Em silêncio e calma,
Sinto o cheiro suave da brisa,
E o meu olhar timidamente, se perde na paisagem;
O coração sensível e a alma poética,
Escondem-se em cada verso,
Para que não se desmanchem em lágrimas,
De saudades da minha menina.

De tão distante, me afigura tão longe,
Os momentos íntimos que vivemos juntas,
Entre mãe e filha;
Quando o teu afago demorado, ainda morno,
Lembra-me, que fizeste parte do meu corpo,
Continuação de mim...

O aconchego sublime do teu abraço, me acalenta feliz,
Por me rememorar que tu e eu, já fomos a mesma pessoa;
E este teu pequeno gesto, desperta em mim, sentimentos
E recordações, que me colocam em êxtase;
Quase no enlevo de um sonho...

Ainda lembro com saudades,
O amparo materno em meus gestos,
Tão modestos, e ao mesmo tempo tão fortes,
Quando tu insistentemente,
Sugavas o meu peito desnudo;
E eu, tua muralha de amor,
Dali em diante, sempre,
E cada dia mais, tão significante.

Repasso momentos inesquecíveis:
Teus pequeníssimos e vacilantes passos,
E o teu olhar meigo, requisitando a minha mão,
Que tão precisamente a dei,
E a dou ainda,
Quando o teu olhar me busca, entre as tuas dores,
No acalanto dos teus amores...

Sorvo-te no meu abraço, agora e sempre,
Quando o meu instinto pressente os teus anseios,
Os teus medos, e os teus segredos...
E envolvo-me em teus contratempos,
E os enfrento como sendo meus,
Como se eu tivesse o poder das heroínas,
Para te defender.

Agora, neste instante, já tão crescida,
E desvinculada dos laços da biogênese...
Estás sim, ausente dos meus olhos,
Mas, tão presente, no meu coração de mãe-amante,
Às vezes, mãe-pegajosa,
Que ainda detém na memória
Um cordão umbilical imaginário,
Que teima em seguir-te;
Aumentando cada vez mais
A essência absoluta do meu amor por ti,
Que será para mim, sempre,
A minha menina.

by Joana Rodrigues

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